A eleição de Vinicius Jr. como melhor jogador do mundo parece para muitos algo muito claro – ainda que não seja unanimidade. Mas essa não foi a realidade dos votos de todos os continentes no prêmio The Best, organizado pela Fifa e que colocou o atacante do Real Madrid no topo do planeta.
Após a vitória do brasileiro, o primeiro jogador do país a ser melhor do mundo desde Kaká, em 2007, o ESPN.com.br levantou todos os votos contabilizados pela Fifa e os separou por continente. O resultado chama atenção.
Principal personagem da luta contra o racismo no futebol mundial, Vinicius Jr. venceu por goleada nos votos da África. Ganhou também na Ásia, na América do Sul e na América do Norte, ainda que por uma diferença menor.
O maior problema do brasileiro, e que até ameaçou sua coroação, foi em outros dois continentes. Se perdeu na Europa, onde Rodri, volante do Manchester City, o superou por muito, Vini não foi sequer o segundo mais votado na Oceania, perdendo até mesmo para Lionel Messi.
Veja em detalhes as curiosidades dos votos de cada continente no Fifa The Best:
ÁFRICA
Foi o continente em que Vini Jr. mais dominou com quase o dobro de pontos em relação a Rodri (498 a 264). O número mais impressionante foi o de capitães: 32 dos 47 votaram nele como melhor do mundo.
ÁSIA
Os números finais até são mais apertados (362 pontos a 306), mas Vini Jr. venceu também na opinião de todos os votantes. Mas chama a atenção que houve um empate entre os técnicos que elegeram ele e Rodri como o melhor do mundo, com 13 votos para cada - o brasileiro, porém, levou uma vantagem maior considerando os votos como 2º e 3º colocado.
CONCACAF
Vini Jr. também leva vantagem em pontos em todas as três categorias. Entre os técnicos, porém, ele tem menos votos que Rodri como melhor do mundo: 7 a 6 - mas de novo leva vantagem considerando os votos como 2º e 3º colocado.
CONMEBOL
Algumas das grandes curiosidades do prêmio estão na América do Sul:
Lionel Messi foi eleito o melhor do mundo por 5 dos 10 treinadores (Vini Jr. ficou na primeira posição apenas na lista de dois - sendo que Dorival Júnior foi um deles). Em pontos, o argentino também deu uma lavada em Vini e Rodri: 30 contra 14 dos outros dois.
Os capitães discordaram bastante dos comandantes. 7 dos 10 elegeram Vini como melhor do mundo e só um (Arturo Vidal) votou em Messi
Rodri levou vantagem entre os jornalistas: 5 dos 10 votaram nele em primeiro. O espanhol venceu Vini por um ponto no total (30 a 29). A mídia, porém, "ignorou" Messi, que só teve um voto (Bolívia) como 3º colocado
Messi votou como capitão da Argentina e deixou Vini Jr. em 3º. A lista dele teve Lamine Yamal em 1º e Kyllian Mbappé em 2º.
Impulsionado pelos votos do Uruguai (1º para o capitão Giménez e para o jornalista e 3º para o treinador Marcelo Bielsa), Federico Valverde ficou 7º na lista do continente - seu melhor resultado de longe.
Os brasileiros votaram assim:
Danilo: Vini Jr (1º), Jude Bellingham (2º) e Lamine Yamal (3º)
Dorival Júnior.: Vini Jr (1º), Jude Bellingham (2º) e Lamine Yamal (3º)
Carlos Eduardo Mansur: Vini Jr (1º), Jude Bellingham (2º) e Rodri (3º)
OCEANIA
É o continente com os votos mais discrepantes. Mais da metade dos participantes não colocou Vini Jr. nem no top 3. No final, o brasileiro ficou com 46 pontos e apenas na 3ª posição na pontuação, atrás de Rodri (77) e Messi (48). O brasileiro só foi colocado em 1º lugar por 6 dos 31 eleitores (um capitão, dois treinadores e três jornalistas).
UEFA
É o único continente em que Rodri foi o melhor do mundo na opinião de todas as categorias:
A maior vantagem foi entre os treinadores: 163 pontos para ele contra apenas 94 de Vini Jr. Dos 52 técnicos, 25 o colocaram em 1º (só 9 votaram em Vini).
Entre os jornalistas, outra lavada. Chama a atenção que 31 dos 54 votos de 1º lugar foram para o espanhol (Vini teve 12)
A eleição foi mais apertada entre os capitães: 144 a 136 pontos. Rodri teve 21 votos como melhor do mundo contra 15 de Vini.
Chama a atenção também que Toni Kroos foi o terceiro jogador com mais votos para melhor do mundo entre técnicos e capitães - um sinal de respeito ao jogador que fez sua temporada de aposentadoria.
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